quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A Praga( Pequeno Conto)

   " Eu ouvia aquele barulho... As patas, as pinças, tudo tocando o chão. Zumbidos, não via minha casa, apenas insetos, um maior que o outro. Por que meu deus?! Por que?!"






       Estava em casa, olhando para o teto mais uma vez, afinal, o tédio me dominava. Novamente não conseguira no bar. Mais uma vez voltara sozinho para aquele apartamento vazio, apenas com uma televisão e um notebook para afastar a monotonia.

       Me levantei da cama, seguindo para sala, onde uma mesa ficava estirada, cercada por uma parede escura. Logo me aproximei, pegando um cigarro na mesa. Procurei meu isqueiro, mas nada achei em meus bolsos.

       Olhei para a pia, procurando meu velho amigo, mas enxerguei uma barata, um ser repugnante. Aquelas coisas dominavam minha casa, uma peste residente aqui há cerca de um mês, não aguentava mais.

        Me aproximei, matando a barata com um copo de vidro, que acumulava-se na pia. Arrumei um papel, jogando a barata fora. Logo vi perto do lixo um isqueiro, como fora parar ali? Não sei, mas estava feliz.

        Acendi meu cigarro, dando fortes baforadas, mas logo aquilo não foi suficiente, pois este teve seu fim. Guardei o maço, andando até o quarto, onde vi uma barata.

        Criaturas odiáveis! Aquela praga era horrível! Agora até no quarto! Avancei rapidamente, pisando no monstro, mas logo outra surgiu, fugindo de mim. Saquei um sapato, jogando na maldita.

         Logo me acalmei, limpando a bagunça que fiz, então fui dormir. Liguei a televisão, assistindo um ou outro programa, mas logo caí no sono.

         Acordei no meio da noite com um zumbido alto em meu ouvido, bati a mão no ar, tentando me livrar daquilo, mas o som continuava. Abri meus olhos lentamente, vendo algo horrendo e nojento, algo amedrontador.

        Eram milhares mosquitos, praticamente cobriam o teto de minha casa. Me levantei, pulando da cama, pronto para pegar o veneno. Corri até a área, onde avistei o veneno, mas logo senti uma dor aguda em meu pescoço.

        Passei a mão, percebendo que tinha algo em minha pele, era um ferrão! Me virei para trás devagar, vendo muitos zangões, abelhas e marimbondos, zumbindo um mais alto que o outro. O que era aquilo!

        Algo estava errado! Por que eles estavam ali?! Já chega! Virei, pegando o veneno rapidamente, mas logo fui recebido pela picada de um marimbondo, depois uma abelha e quase um zangão,  apertei o botão.

        Uma rajada de veneno foi para cima dos insetos, dispersando- os. Alguns morreram, mas outros não, então estes avançaram. Ataquei mais uma vez, matando os seres.

         Suspirei, correndo para o quarto, pronto para matar os pernilongos, mas começou a sentir uma dor angustiante em alguns pontos do corpo, que agora estavam inchados, as picadas. Me segurei na parede, tentando suportar a dor, mas ela não passava, teria que arrancar os ferrões, se quisesse que cicatrizasse.

         Peguei a primeira coisa afiada que vi, me preparando para arrancar o ferrão.

         Mas logo comecei a coçar todo o meu corpo, que estranho... Olhei para o chão, vendo um grande número de formigas cercando meu corpo, o mordendo. Como coçava! Me levantei batendo em todas os insetos, correndo para a porta.

        A dor era angustiante, aquelas picadas! Tinha de sair dali! Girei a maçaneta, mas a porta não se abriu, então comecei a bater forte nesta.

        Ela não cedia, então comecei a usar minhas pernas para arrombar, mas a dor me pregava peças, pois começava latejar.

        Me sentei no chão, pegando a faca em minha mão, fazendo um furo na ferroada. Gritei com toda a minha força. O sangue saia e eu tentava encontrar o ferrão, até que enfim achei.

       O puxei com força, sentindo bastante dor, mas logo fui para o outro e o próximo, mas logo a dor melhorou.

       Eu estava pronto para levantar, quando ouvi um zumbido muito alto, vindo de meu armário, ouvi o batucar de algo, então fui em direção ao local.

       Peguei o veneno, achando que seriam simples baratas, zangões, abelhas ou marimbondos, mas tive uma surpresa ao abrir.

       Milhares de insetos, alguns com pinças, outros com asas! Por que haviam caranguejos em meu armário! Qual o motivo de ter tantos insetos em minha casa!

      Me sentei no chão, desistindo de tudo, aquele era o fim...

       Eu ouvia aquele barulho... As patas, as pinças, tudo tocando o chão. Zumbidos, não via minha casa, apenas insetos, um maior que o outro. Por que meu deus?! Por que?

      
        
        

        

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